Num dos meus regressos mais recentes à casa dos meus papás deparei-me com pilhas de revistas de automóveis, guardadas em sacas, prontas a levar e a precisar de um destino urgente.
Foram quase 10 anos a comprar revistas como a Turbo, L'Automobile Magazine ou a Automagazine, reflexo da paixão que tinha na adolescência pelo dito "mundo automóvel". Acumularam-se às dezenas. Ou serão centenas? A mais antiga remonta a 1968 e a mais recente a 2000. O que fazer com elas?
Uma amiga perguntou-me qual a razão da "paixão" que tinha pelos automóveis. Tive de pensar bastante e não foi fácil encontrar uma resposta. Talvez o gosto pelo design, pela tecnologia, pela história e pelo facto de ter um pai mecânico. Ou melhor, a conjugação de todos estes factores. Mas também porque, bem lá no fundo, era a única coisa que me unia a um mundo masculino, do qual me sentia desenquadrado e me sentia mal por isso.
Apesar de ainda sentir um certo carinho por essas revistas, já pouco me dizem. Estou diferente, os meus gostos e prazeres são outros, bem distintos. Mas confesso a minha dificuldade em desfazer-me de objectos pessoais que fazem parte da minha história. Mas o seu destino vai ser mesmo a casa de alguém. De certeza que alguém irá acarinhá-las como eu as acarinhei. E pode ser que ainda consiga fazer alguns trocos.
Dessa "paixão" alguma coisa ficou. Consigo perceber que os carros não são todos iguais e posso sempre dar alguns conselhos aos amigos no momento da compra de um automóvel novo.
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