quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Bem manobrado, sim senhor!

O Porto bem manobrado dá nisto. Largos, ruas e baldios do seu centro histórico, habitualmente entregues às gaivotas e à melancolia dos seus habitantes, encheram-se de curiosos para verem o que nos tinham para mostrar. Juntei-me à malta anónima e a algumas caras conhecidas e subi e desci as calçadas até pôr os pés a doer. Ouvi fados aplaudidos pela garra das mulheres da Sé. Descobri projectos de futuras hortas bem ao lado do futuro lar. No grande mercado que assentou arraiais nas imediações do descampado da avenida da ponte, comprei uma geleia de vinho do Porto e fiquei arrependido de não ter levado para casa um casaco retro. Ouvi músicas do mundo no meu miradouro preferido, à sombra de camisas de colarinhos engomados e bem esticadinhos. Assisti ao lançamento de um novo mapa não turístico, feito para turistas (isto é possível?!). Escutei o que tinha para dizer uma turista estrangeira, apaixonada pela cidade, estudiosa dos fenómenos do turismo e receosa das massificações. Visionei testemunhos e desejos feitos de vídeo de quem dá vida ao Porto por que nos deixámos deslumbrar. Sintonizei histórias de novos tripeiros, de diferentes nacionalidades, que multiculturizaram a rua Cimo de Vila. E fiquei triste porque o meu corpo não acompanhou a vontade de querer ver e participar nas outras iniciativas do Manobras no Porto. Quando há mais?!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O Porto bem manobrado

O centro histórico do Porto está em festa! De hoje até ao próximo domingo, dezenas de iniciativas culturais, gastronómicas e ecológicas vão encher praças, pracinhas, prédios outrora fechados, pátios e jardins. Alguns terrenos baldios aperaltaram-se e transformaram-se em hortas comunitárias; uma escola fechada há muito reabrirá para workshops para miúdos e graúdos; a Sé irá recordar as feiras que lá se faziam há vários séculos atrás, com uma grande feira de artesanato contemporâneo e objectos retro, que juntará todas as feirinhas da cidade numa só; os piqueniques vão encher jardins mortiços; os gigantones e tambores vão percorrer as velhas calçadas; peças de teatro, video performances e projecções nas fachadas dos edifícios vão surpreender em cada esquina. E ainda por cima, tudo de borla! Quem se junta à malta?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A cidade das árvores da Rachel

Rachel's — City of Trees [F# Slow Chords]

Quinze queers

O Queer Lisboa está aí para quem queira e possa assistir. Eu já lá estive e saí medianamente satisfeito. Muito contente por ver que o festival é levado mesmo a sério e que há público para compor as salas. Menos satisfeito fiquei com a escolha de filmes feita por mim, mas uma viagem de fim de semana não dá para muito mais. Mas, felizmente, foi-nos dada, pela primeira vez, a oportunidade de ver mais uns quantos filmes em competição, independente de onde encontremos. E já agora, umas extensõezinhas, não estão previstas?

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Musiquices

A malta mete coisas na cabeça e não há quem as tire. A malta sou eu mesmo e um dia suspirei: "como seria bom ouvir o Fausto ao vivo e ao ar livre, numa noite quente de verão, de uma qualquer vila desse Alentejo caiado de branco". Pois bem, serenamente esse suspiro tornou-se realidade. Parcialmente. Foi na passada 6feira que ele e a sua trupe subiram para um palco montado num jardim, rodeado de outros suspiradores e simpatizantes. O verão ainda cá anda, embora o vento que soprava, mais fazia recordar-nos os dias outonais que vão chegando. E a Amadora é tudo menos uma vila alentejana. Mas nem por isso saí defraudado. Perdoaram-se alguns problemas de som e as distrações do senhor. E recuei vários anos atrás, ao recordar o autorádio a tocar "A ópera mágica do cantor maldito", rumo a lugar incerto mas com o coração certo de amor. E outra trupe, a de amigos, encheu-me de sorrisos e de um bem estar que fez bem. Obrigado J.

"A penumbra da claridade", Fausto Bordalo Dias

A Casa da Ponta (prós amigos)

Quem a viu e quem a vê! Conheci-a maltratada pelo tempo e pelas mãos de quem acha que as casas arrendadas são unicamente dos senhorios. Mesmo assim, o seu charme era visível nas janelas que iluminavam as divisões interiores, nos soalhos longos e firmes, nas divisões amansardadas que pediam umas janelas para observar as estrelas, no seu corredor comprido e largo, nas madeiras pintadas inúmeras vezes, nos sobreviventes relevos do estuque da sala, nas escadas que nos empurram para o sótão e no acarinhado jardim/horta que espreitava lá fora. Anos mais tarde e depois de fins de semana e férias a fio aplicados na sua recuperação, feita a custos milimetricamente controlados e de muitos sacrifícios dos seus donos, eis que ressurge no seu esplendor. A Casa do Mestrinho está pronta para receber quem a queira amar, mesmo que por breves dias, semanas ou meses. Quem a viu e quem a vê!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Amor de j.


"Corre, Salta, Brinca, Vola", Anna Roig i l'ombre de ton chien

Aquesta és una cançó per abans d'anar a dormir,
perquè descansis convençuda de que ets feliç de ser aquí,
que fas bé deixant sortir els teus comentaris espontanis,
que tens raó de deixar els mals oblidats al soterrani.

Corre, salta, brinca, vola i vés pel carrer cantant.
Jo també vaig ser petitona un dia i me n’estava oblidant.
Corre, salta, brinca, vola i vés pel carrer cantant.
Jo també vaig ser petitona un dia i me n’estava oblidant.

Ara encara ets petitona i no entens ben bé que et dic,
perquè com que ets petitona segur que ja ho fas així.
Però quan creixis, si ensopegues o algú et trenca el cor,
promete'm que continuaràs sent la que res no li fa por.

Corre, salta, brinca, vola i vés pel carrer cantant.
Jo també vaig ser petitona un dia i me n’estava oblidant.
Corre, salta, brinca, vola i vés pel carrer cantant.
Jo també vaig ser petitona un dia i me n’estava oblidant.

Això t'ho dic, suposo, perquè no et passi com a mi,
que en alguns moments al creixer m'he oblidat de ser així.
Jo el que vull es que els teus ulls dolços brillin sempre com tresorsi que dormis ben tranquil·la i sense preocupacions.

Corre, salta, brinca, vola i vés pel carrer cantant.
Jo també vaig ser petitona un dia i me n’estava oblidant.
Corre, salta, brinca, vola i vés pel carrer cantant.
Jo també vaig ser petitona un dia i me n’estava oblidant.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Os novos anfitriões

Dentro em breve os super nice birds e o british bear poliglota darão as boas-vindas e vigiarão o sono de quem escolher o cantinho dos caldas como o seu lar provisório portuense. Alguém se candidata?