quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

"O teu nariz é de Nestum!"

O nariz de Nestum
Fala a voz de quem, ao longo dos seus quase cinco anos de vida, já comeu muito Nestum. Mas do duro, "quase pedra", com mais farinha do que leite. Só assim é que é bom.
Caros amigos, doravante não tenho sardas, tenho Nestum!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Não é terça-feira e a feira da ladra abriu às cinco da madrugada (parte 1)

Feira da Ladra 1
Feira da Ladra 2
Feira da Ladra 3

A marcha do ódio

O que dá cabo da família é o desemprego
Eles eram cerca de 2500, nós éramos à volta de 100. Eles lançaram sobre nós pedras e preservativos, nós lançámos confettis e fitas de carnaval. Eles empunharam crucifixos e lançaram bem alto as suas mãos em saudações nazis. Nós distribuímos beijos e tocámos tambores com ritmos de festa.
O ódio "gaycista" desfilou na Avenida da Liberdade, juntando monárquicos, ultra-católicos, nacionalistas, skin-heads, "tias" vindas do cabeleireiro, "ratos" de sacristia e muitas "ovelhas" com badalo. As estatuetas fluorescentes da Nossa Senhora de Fátima andaram por lá com bandeiras nacionalistas a enfeitar, recordando coligações perigosas dos tempos da pré-liberdade.
Finda a nossa missão, um semblante cinzento apoderou-se de alguns de nós e outros não esconderam a estupefacção por tão grotesco espectáculo. O regozijo veio depois; tínhamos conseguido "roubar" alguns segundos de tempo de antena dos principais telejornais do dia [RTP, SIC]!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pelos direitos humanos


Amanhã junto a minha voz à de tantas outras vozes, em protesto contra a manifestação homofóbica que descerá a Avenida da Liberdade, em Lisboa.
Convocada por um grupo de cidadãos católicos e fascistas, esta manifestação visa defender o casamento heterossexual e a família dita tradicional, tendo o apoio oficial da Igreja Católica e o apadrinhamento do PNR.
Junto-me a quem acha inadmissível aceitar-se serenamente uma marcha que tem como único objectivo promover o ódio sobre outros cidadãos. A quem se apropria de uma avenida simbólica para promover justamente a desigualdade. É um crime e uma clara violação dos direitos humanos, comparável ao ódio segregacionista e xenófobo.
Junto-me por esta razão e porque as formas de luta anti-discriminatórias também passam pela rua e são tão válidas como todas as outras. Juntem-se também!

Este Sábado, dia 20, às 15h em frente ao cinema S. Jorge.
Evento divulgado aqui

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Maçãs-Roca e os 32 já cá cantam!

Cabo da Roca
Praia da Maçãs, Praia Grande, Praia Pequena, Praia da Adraga, Praia do Cavalo, Praia da Ursa e Cabo da Roca. Estamos no ponto mais ocidental da Europa continental. O percurso desenvolve-se acidentadamente por falésias abruptas, riachos enriquecidos com as últimas chuvas, pelo amarelo das azedas em flor, por sabinas moldadas pelos ventos fortes do atlântico e muitos pedregulhos, sempre com a imensidão do mar aos nossos pés. As pernas tremem e o coração acelera nas lentas descidas. Os precipícios rodeiam-nos. Baixa-se o centro de gravidade em busca de segurança. A paisagem é bela, muito bela. Apetece voar! Cerca de 20kms é a distância que demora a percorrer estas terras, ida e volta. O anoitecer chega cedo, apanhando-nos ainda no alto das falésias, e recordando que ainda faltam dois meses para a chegada da Primavera. O cansaço toma conta dos nossos pés. É tempo de abraçar quem aparece quase de surpresa, a tempo do repasto e de conversas sorvidas com prazer. Começam assim os meus 32 anos. Será um bom prenúncio?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Aruitemo aruitemo

Aruitemo aruitemo
"Andando" é a história de uma família dita disfuncional (não serão todas?). Passa-se num subúrbio de Tóquio mas podia passar-se num qualquer lar de um qualquer continente. Temos um pai aposentado e silencioso, médico de profissão. Temos uma mãe, dona de casa, faladora e atarefada com os preparativos e as refeições que acolherão os dois filhos em sua casa. Temos um encontro anual, em que todos se reúnem em memória do filho que morreu há quinze anos na tentativa de salvar uma criança que se afogava. A eles juntam-se os respectivos maridos, mulheres, filhos e a tal criança que não se afogou e que agora é um jovem adulto de 22 anos, que tenta não se afogar pelo ritmo laboral imposto pelos dias que correm. Todos juntos irão tentar passar da melhor forma as cerca de 24 horas de reunião familiar, afastando decepções, escondendo medos e inseguranças, confrontando expectativas, constatando envelhecimentos e atenuando os abismos que a vida sulcou entre eles. E de repente uma borboleta amarela entra dentro de casa e presencio um dos momentos mais ternurentos a que pude assistir nos últimos tempos numa sala de cinema.
No fim torna-se inevitável pensarmos na nossa própria família e reflectirmos sobre os nossos abismos. Até que damos por nós a repetir uma expressão dita vezes sem conta pelo nossa nossa mãe.

Assombrações de carne e osso

O Laço Branco
Os rumores e críticas positivas que antecederam a estreia do filme "O laço branco" levaram-me de regresso às salas de cinema da cidade do Porto. E não fiquei nada arrependido pela minha decisão! A uma belíssima fotografia (que fez-me querer voltar a fotografar a preto e branco) e a um brilhante elenco de actores de diferentes idades, junta-se a intensidade de uma história cruel e perversa, passada numa pequena comunidade rural da Alemanha de há cem anos atrás. Apesar do contexto local e temporal da acção, estamos perante uma história universal, reveladora do lado menos bom da espécie humana. Afinal de contas será assim tão relevante pensar que aquelas crianças serão no futuro os locomotores da máquina nazi?