sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ouvido na rua - V

Ouvido pelo Wineboy numa rua da baixa do Porto, vindo de alguém que contemplava umas pombas que saltitavam à volta de um charco:
"As pombinhas até estão com comichão na passarinha com tanta água!"

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Músicas de fazer arrepiar - 18



Sou da geração sem remuneração e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar, já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração casinha dos pais, se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, maridos, estou sempre a adiar e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração vou queixar-me pra quê? Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração eu já não posso mais que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar, que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.
Que mundo tão parvo onde para ser escravo é preciso estudar.


"Que parva que eu sou", Deolinda

domingo, 23 de janeiro de 2011

Gira-discos, precisa-se!

The Fairy Godmother
Só pela deliciosa capa como poderia deixar escapar este disco das minhas mãos? Agora imaginem o que estará gravado nos finos círculos negros! "Finger licking good", "Eat where you want to", "I'm coming", "Let's take it upstairs" são alguns dos deliciosos nomes das canções que compõem este lp dos idos dos 60s. Alguém por aí com gira-discos que queira juntar-se e participar num serão retro-queer?

sábado, 22 de janeiro de 2011

Adeus

Adeus
Um dia foi encontrada numa praia, sozinha e desorientada. No dia seguinte já tinha uma família adoptiva e uma casa. Não uma casa qualquer mas uma das grandes, com jardim, horta, escadas, muros e vizinhos simpáticos que se põem em bicos de pés para lhe dar festas. E como bónus, era só descer a rua, correr para as longas margens do rio, brincar e mergulhar nas águas frescas.
Aos poucos foi perdendo o medo de voltar a ser abandonada. Para além dos seus orgulhosos donos e de um gato que não era flor que se cheirasse, a casa enchia-se com frequência de amigos, pequenos e graúdos. Era uma festa só! Mimos e mais mimos, vindos de todos, até das pessoas que no começo diziam ter medo de cães.
Faz uma semana que a Núria se despediu de nós. Quantas semanas mais vamos precisar para nos habituarmos ao silêncio e à ausência dos seus pulos de alegria à nossa chegada?

Vamos brindar!


"Brindo", Devendra Banhart

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A metereologia da vida

Os primeiros raios da manhã iluminaram timidamente a minha sala e a manhã inundou-me com a sua luz quase primaveril, tentando contrariar a nuvem negra que se abateu de quem me é próximo.
Alguém me explica o porquê de, por vezes, as coisas más surgirem de repente todas concentradas como se de um sistema frontal vindo do atlântico se tratasse?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ilusões animadas






Que vontade tenho de partilhar um barco com um rebanho de ovelhas, cruzar montanhas e rios num comboio a vapor, aceitar boleias de estranhos simpáticos, subir à colina mais próxima para contemplar de longe a cidade de conto de fadas e aplaudir de pé ao espectáculo de um mágico atropelado pela velocidade dos tempos modernos!

O PR4 de Macieira de Alcôba

A chuva deu tréguas e o céu encheu-se de sol para nos secar a humidade das últimas semanas. Para celebrar esse sol tão desejado nada como aceitar o desafio da boa amiga Esteva, rumando para as profundezas do concelho de Águeda e seguindo os trilhos bem marcados do PR4.
Somos brindados com carvalhos, sobreiros, carrascos, estevas e alguns cogumelos corajosos. Aqui e ali surgem casas abandonadas e campos por lavrar. E a água, sempre em abundância, é conduzida por canais ou repousa em poças e tanques construídos por homens do antigamente. No final do percurso um tímido pôr-do-sol deixa-nos em silêncio contemplando a enorme planície que se estende até ao mar.
Não há fotos para mostrar. A câmara digital ficou em casa e o rolo a p&b ficou esquecido no bolso do casaco.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ouvido na rua - IV

A Feira de Espinho em seis pregões:

"Venha cá, não fuja, que nós damos apoio ao cliente!";
"Mamas a um euro!";
"Tenham calma... não entrem nervosas no novo ano! Chega para todas!";
"Antes que eles venham e levem tudo, levem vocês!";
"Não precisa de sorrir, não está a ser filmado.";
"Dez euros, dez euros! Fica mais barato do que roubar!"

2011: o ano dos pimpolhos

Amigos 2011
Com o Douro aos pés e rodeado de amigos lá entrámos em mais um ano prontinho a estrear, repleto de gargalhadas bem dispostas, longas conversas, boas comidas, bons vinhos e belas paisagens, aquecidos pela luz quente das lareiras. Que se pode desejar mais? Bom, podemos desejar que estes se prolonguem com frequência nos próximos tempos, fazendo esquecer os tempos de desnorte que se vivem e recebendo de braços abertos e com alegria os cinco pimpolhos que nascerão em breve por estas bandas.