Adeus vintes

Domingo. 15h. 20ºC. O comboio leva-me até à porta de entrada do Percurso de Salreu. É bom regressar. Quarenta minutos de viagem e penso como é bom tê-lo tão perto de casa e de forma tão cómoda.
Envolvo-me de imediato na tranquilidade que não encontrei no Parque da Cidade. A tranquilidade necessária para fazer um balanço dos últimos dez anos, nas vésperas da minha entrada nos trintas. Cheguei à conclusão que, apesar dos contratempos que nos vão surgindo pela frente, estes foram os dez anos mais felizes da minha vida. Sinto-me afortunado por todas as pessoas que fui conhecendo e por todos os bons momentos que vivi.
O sol aquece o meu rosto e eu disparo a máquina, à procura de momentos para mais tarde recordar. Repouso junto do Esteiro de Salreu e dormito ao som do marulhar da água, abafado pelos sons de aves desconhecidas. Penso na cobardia dos caçadores que por aqui andam a matá-las e assino mentalmente uma petição para acabar com a caça por estas terras.
As minhas pernas cansadas percorrem os 8 kms de regresso ao comboio, que me levará até a um lanche/jantar na companhia de bons amigos.
Sinto-me preparado para receber mais dez anos de muitas alegrias!