Feminino, masculino. Masculino, feminino. Mais algumas constatações da subjectividade existente num conceito que muitos crêem como certo e imutável. Quem está certo? Quem está errado? Não é preciso tomar partidos, arranjar argumentos mirabolantes para justificar o injustificável. Parece-me claramente que todos estão certos e têm as suas razões.

E alguém que nasce com cromossomas XXY? Terá de escolher um dos lados? Terão de escolher por si à nascença? Que legitimidade têm para fazê-lo? É disto que fala o filme de estreia de Lucia Puenzo. Sem bizarrias, dramalhões ou outro tipo de demagogias, a realizadora conta a história de uma rapariga/rapaz (brilhantemente interpretada pela actriz Inés Efron) que vai descobrindo dolorosamente a sua sexualidade, marcada pelas angústias e dúvidas dos seus pais, de demasiadas certezas e das crueldades de uma pequena comunidade. Desconcertante e belo.
2 comentários:
E a mais bonita de todas. A arte. El arte. E esta obra parece-me ser precisamente isso.
Boa contribuição :) Não me tinha lembrado dessa!
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