segunda-feira, 24 de março de 2008
Viagem ao nosso interior
"Alexander Supertramp" (ou Christopher McCandless). Para uns é um herói, um simbolo de liberdade, alguém que não se conformou com a vida que lhe tinham ditado. Para outros não passa de um miúdo "freak", que sempre teve tudo na vida e que por isso dá-se ao luxo de fazer o que lhe apetece.
Uma coisa é certa, aos 21 anos, este rapaz terminou a faculdade, renunciou aos seus bens materiais, entregando todas as poupanças a uma associação sem fins lucrativos e iniciou a sua aventura de viajar pelos EUA, com o objectivo de chegar ao Alaska e por lá viver do que a natureza pode dar.
Para mim não é um herói nem um "freak". É alguém que escolheu o seu caminho. Foi feliz? Segundo ele sim, foi feliz. Poderia ter sido feliz de outra maneira? Não sabemos. A vida não pode ser vista de forma tão linear. Nem a felicidade (o que é isso de felicidade?). A vida vai sendo construída por nós, à medida que a vamos vivendo.
Todos nós fazemos esta viagem, em busca de um ideal de vida, do nosso lugar no mundo e da nossa essência. Os caminhos escolhidos é que podem ser diferentes. "Alexander Supertramp" poderia ter enveredado por outro caminho completamente diferente, menos definitivo e ter chegado à mesma conclusão: só junto das pessoas que nos rodeiam é que podemos encontrar o bem-estar e a felicidade. Eu acrescentaria, das quais nós escolhemos para estarmos juntos e que nos querem.
Eu cá sou dos que não conseguiria viver, pelo menos nesta fase da vida, sem esses laços fortes que me une às outras pessoas que marcam a minha vida. Não vislumbraria viver afastado das suas presenças, dos seus afectos, das suas palavras, dos seus abraços e dos nossos momentos.
Esta história também me fez pensar que cada um tem mesmo de viver aquilo que deseja, por mais estranhos e tortuosos que sejam os caminhos escolhidos. Essa viagem passa sempre pela auto-descoberta, pela revelação e apaziguamento. Cada um é livre de escolher o seu caminho, por mais doloroso que possa ser para as pessoas que a rodeiam e querem. Mesmo que haja outras tantos caminhos, mais serenos e que possam ter o mesmo destino. Simplesmente temos de aceitá-los.
Ontem assisti à sua história filmada por Sean Penn, em "Into the Wild".
A forma como nos é contada não nos deixa indiferente. Sem dúvida, para além de bom actor está a principiar-se como um bom realizador. A sua pequena participação no "11'09''01" já tinha revelado que é capaz de nos contar histórias de uma forma muito humana, bela e sentida.
Temas:
Cinema,
Pensamentos
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1 comentário:
Faço minhas as tuas palavras.
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