
Eles eram cerca de 2500, nós éramos à volta de 100. Eles lançaram sobre nós pedras e preservativos, nós lançámos
confettis e fitas de carnaval. Eles empunharam crucifixos e lançaram bem alto as suas mãos em saudações nazis. Nós distribuímos beijos e tocámos tambores com ritmos de festa.
O ódio "gaycista" desfilou na Avenida da Liberdade, juntando monárquicos, ultra-católicos, nacionalistas, skin-heads, "tias" vindas do cabeleireiro, "ratos" de sacristia e muitas "ovelhas" com badalo. As estatuetas fluorescentes da Nossa Senhora de Fátima andaram por lá com bandeiras nacionalistas a enfeitar, recordando coligações perigosas dos tempos da pré-liberdade.
Finda a nossa missão, um semblante cinzento apoderou-se de alguns de nós e outros não esconderam a estupefacção por tão grotesco espectáculo. O regozijo veio depois; tínhamos conseguido "roubar" alguns segundos de tempo de antena dos principais telejornais do dia [
RTP,
SIC]!