sexta-feira, 19 de novembro de 2010

De cara a la pared

foi talvez a nossa última canção.

oiço ainda os corpos a vincar a noite,
um campo minado de corações tristes
explodindo o rosto na parede.

muitas músicas depois
quando as paredes eram já outras
e nas caras se perdiam novos nomes

voltei a ela: ficara-me sempre, afinal
um terrível verso solitário
e a culpa de a ter levado

a um coração onde as canções
morreriam de frio.


"small song", de renata correia de botelho

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