segunda-feira, 14 de junho de 2010

Angústias laborais

Depois de quinze dias com o botão desligado, cá estou eu de regresso às rotinas laborais. Uns minutos antes de sair de casa, volto a sentir-me como um puto de oito anos que odeia o professor e não quer ir para a escola. Enquanto devoro os flocos do Minipreço, misturados com sementes de linhaça, farelo, cevada e sementes de sésamo, eis que leio o seguinte:

"o trabalho não foi feito para o homem mas sim para os asnos. Mesmo um pequeno esforço pode, porventura, dar prazer algumas vezes, uma vez que não seja um trabalho. Um esforço gratuito pode tornar-se útil e simpático, mas o trabalho, pelo contrário, é uma coisa inútil e modifica a imaginação."

Em "A Ilha de Arturo", de Elsa Morante (Relógio d'Água, 2010).

Esboço um sorriso pela ironia do acaso, lavo apressadamente a tigela e preparo os Deolinda para me atenuarem da angústia que invade os meus sentidos. Prá frente que é caminho!

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