segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Escapada galega
Trinta horas foi tempo suficiente para uma escapadela rápida à Galiza com o pretexto de visitar duas exposições da PhotoGalicia2008.
Em A Coruña emocionei-me com o idealismo, a preserverança e a paixão de W. Eugene Smith pela fotografia, percorrendo atentamente o meu olhar pelos seus vários ensaios fotográficos, alguns deles publicados na revista Life. Grande destaque para NurseMidwife, Spanish Village, Pittsburgh e Minamata.
Em Ferrol descobri que a poética neorealista não se exprimiu exclusivamente através do cinema e da literaratura. Também a fotografia teve um papel importante na difusão dessas diferentes Itálias até então desconhecidas. Que extraordinária selecção de fotografias, de recortes de jornais e revistas! E que vontade de voltar a perder-me pelos pequenos vicoli de Nápoles!
Tempo ainda para repousar o olhar num mar sereno e cinzento que nos foi presenteado e para saborear os frutos recolhidos nas redes dos pescadores que cruzaram esse mesmo mar.
Agora é tempo de preparar a despedida de mais um ano. Prevejo grande animação, muitos sorrisos e aqueles afectos que nos fazem querer continuar.
Até pró ano!
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Miss Purrfect
I Wanna Be Evil - Eartha Kitt
Ontem Eartha Kitt desapareceu. Felizmente será eterna até desaparecerem do planeta todos os registos sonoros da sua voz.
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terça-feira, 23 de dezembro de 2008
Sim, apesar do calorzito estamos em Dezembro
December - Mathias Eick
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
O novo antigo Bolhão
E não é que parece que o senhor Rui Rio cedeu a todas as pressões vindas dos vários quadrantes sociais e o Mercado do Bolhão sempre vai renascer como bem merece?! Notícias destas fazem-se sorrir e muito!
Desejos natalícios
É possível resistir ao pedido de um sobrinho para que o natal deste ano seja cá em casa? Pois, não é não... Lá tive de ceder ao meu espírito antinatalício. E lá terei bacalhau, filhoses, muitos pratos e copos, prendas, luzinhas a piscar, lareira acesa e, como podem ver, até uma árvore de natal*. Tudo a preceito e com um grande sorriso nos lábios!
* Descubram na foto onde está a Micas ;)
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Reflexões invernais
Por estes dias, juntamente com os pára-brisas dos carros, metade do meu cérebro congelou e não sei por onde anda a vontade de escrever e de fotografar. Só me apetece ter a lareira acesa ou o aquecedor ligado no máximo, para aquecer o corpo e deliciar-me pantagruelicamente na companhia dos amigos, para aquecer a alma. Sinto-me sereno, tranquilo. Entrego-me de olhos fechados aos sons melancólicos e muito belos de Mathias Eick. Suspendo a realidade por breves instantes, projectando viagens a ansiar na alvorada de dias mais quentes e solarengos. Contemplo as caras das pessoas apressadas que calcorreiam as ruas em busca de inutilidades para oferecer em nome do progresso das economias de mercado. Sorrio com abraços que estão prestes a chegar. Fico pasmado no supermercado ao ver o preço dos pinhões (8 euros por 200 gramas?!). Olho para as algas que restaram de mais um repasto e reflicto no desaparecimento de mais um membro da minha família, o terceiro este ano. Será isto um sinal de que cheguei faz muito tempo ao mundo dos adultos? E eu que ainda me sinto um puto adolescente com vontade de começar tudo de novo...
Cologne Blues - Mathias Eick
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Algumas películas de uma cidade cinematográfica
Filmes vistos ou revistos a pretexto da recente viagem à suposta cidade mais filmada do mundo:
Paris, le filme, de Cédric Klapisch (a Paris vista dos telhados)
Before Sunset, de Richard Linklater (a Paris do Sena e do Quartier Latin)
Les chansons d'amour, de Christophe Honoré (a Paris do 10º arrondisement)
Entre les murs, de Laurent Cantet (a Paris das salas de aula)
Estes filmes sem dúvida não poderiam ter sido feitos noutra cidade.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
Felicidades
Uma mesa rectangular. Sete cadeiras à volta dessa mesa. Seis amigos especiais, seis risos diferentes, seis olhares distintos, seis cumplicidades mágicas. Múltiplas conversas, múltiplas gargalhadas. Uma gata que passa de colo em colo. Vários pratos, copos, sopas, talheres, bebidas e sobremesas. Um bem estar reconfortante, a vontade de suspensão do tempo, um mundo só nosso. A felicidade é feita de momentos assim: únicos e irrepetíveis.
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Amigos
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Os animais juntaram-se, por um mundo melhor
Gostaram? Aqui têm mais alguns conselhos ecológicos. Espero que todos achem igualmente pertinentes ;)
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Cidadania
A cidade onde se pode escutar música clássica enquanto se compra tangerinas numa mercearia...
Charles de Gaulle, RER B, Gare du Nord, 10º Arrondissement, Apartamento da Géraldine, Marais, pequeno jardim na Rua Payenne, Place des Vosges, la Seine, comer às luz das velas, os flocos de neve caindo na noite no regresso a casa, Musée du Louvre, colecção do antigo Egipto, jardim das Tuilleries, Place de la Concorde, Madeleine, bairro judeu no Marais, Maison Européenne de la photographie, as fotos de Sabine Weiss, Beaujolais Nouveau, Belleville, os sabores exóticos do restaurante vietnamita Pho, caminhada digestiva, Place de la République, Place de la Bastille, Boulevard Voltaire, Les Halles, Église de St. Eustache, jardim da Pont Neuf, Sant Michel, compras, livros, roupa, Quartier Latin, os docinhos tunisinos, la Sorbone, jardim de Luxembourg, os pássaros, o frio, a dor de barriga, a coca-cola, o metro aéreo, Tour Eiffel, as luzes, a contemplação, o éclair da pastelaria da esquina, a tajine do Chez Hamadi, o Cosmopolitan do Les Étages, os telhados e águas furtadas dos prédios vizinhos, a despedida, fazer a mala, a última caminhada, Marché des Enfants Rouges, o delicioso Mazurki da pastelaria Korcarz, la Seine, RER B, Charles de Gaulle.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Amores, desamores e consumo
Há quem suspire nostalgicamente com afectos que nunca existiram. Outros há que vão fazer erasmus e acabam relações. Outros acham que são demasiado velhos para voltar a amar. Outros acham que são demasiado novos e ainda têm muito tempo para amar. Outros reclamam que não fazem sexo há um mês com os seus namorados. Outros gostariam de voltar atrás no tempo. Outros não querem compromissos. Outros há que amam sem serem correspondidos. Outros estão bem sozinhos. Outros há que acabam relações pelo telefone. Outros querem recuperar o tempo perdido. Outros sentem saudades. Outros são amados sem poderem corresponder. Outros acham que a falta de diálogo é a principal causa de mau funcionamento entre casais. Outros há que se cruzam na rua com ex-namorados e fazem de conta que não os viram. Outros trocam palavras de carinho por sms. E entretanto todos consomem. 500 euros num Iphone, 200 euros numa cama IKEA, 100 euros num disco externo, 15 euros em Internet, 10 euros numa garrafa de vinho branco, 75 euros numa viagem a Londres, 20.000 euros num Mini, 4 euros numa caixa de chocolates, 2,5 euros na electricidade gasta com as luzes da árvore de natal...
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Pensamentos
Fausto, Alentejo, Saudades
Ora bolas, o Fausto fez ontem 60 anos e eu nunca tive a oportunidade de assistir a um concerto dele. Prometo que estarei atento às suas digressões. Seria mágico encontrá-lo numa daquelas festas de verão, numa noite de calor, algures no meio da planície alentejana.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Por terras agrestes
A Peneda é feita de rochedos gigantes, de vales profundos, de nevoeiros misteriosos, de caminhos a percorrer, de giestas e carqueja, de frio, de silêncios, de garranos e vacas, de ventos fortes, do fogo das lareiras que aquecem corpos e almas, de pontes antigas que cruzam ribeiros, de marcos geodésicos para conquistar, de paisagens a perder de vista, de troncos cobertos de líquenes, de ventoinhas geradoras de electricidade, de monumentos megalíticos, do som das folhas secas pisadas pelos nossos pés, do granito das casas, de águas cristalinas e geladas, das curvas e contracurvas das estradas e da vontade de regressar.
Recomenda-se:
Casas da Branda da Aveleira
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
A precaridade
Vamos todos votar nos Prémios Precaridade 2008! O meu big boss é um dos nomeados. Que coincidência agora que começaram os despedimentos em massa...
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Baú
terça-feira, 18 de novembro de 2008
O rapto
Obrigado...
pela surpresa,
pelos afectos,
pelos sorrisos,
pelas cumplicidades,
pela caminhada,
pelas paisagens,
pela esteva,
pelo sol brilhante,
pelo mar sereno,
pelo pôr do sol.
Ver é uma arte
Na semana passada estive mergulhado no workshop de fotografia A Arte de Ver. Dezassete horas de workshop foram claramente insuficientes para consolidarmos e praticarmos todos os conhecimentos adquiridos. As bases técnicas estão bem presentes. Os aspectos criativos como a composição, luz e ponto de vista foram devidamente dissecados e exemplificados. Agora é praticar, praticar e praticar.
Não me esquecerei certamente de algumas vivências e imagens partilhadas pelo formador, o fotojornalista António Sá, no decorrer das suas experiências enquanto viajante e fotógrafo. Nas suas palavras a fotografia fê-lo ser uma melhor pessoa. Já não pedia tanto, apenas que me permitisse usufruir de boas experiências para mais tarde recordar.
Um muito obrigado aos pápis pela fantástica prenda!
Nota: No mosaico podem ver algumas das fotos tiradas na parte prática do workshop.
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Fotos
Músicas de fazer arrepiar - 8
Desta vez não falo de uma música mas sim do concerto que assisti na noite passada. Os Beach House vieram ao Porto e eu arrepiei-me em cada música que eles tocaram e cantaram. A Victoria Legrand e o Alex Scally estiveram muito bem, sempre bem dispostos mesmo que não estivessem propriamente a cantar coisas muito divertidas. Absolutamente mágico!
E o meu Ipod que nunca mais carrega para poder ouvi-los de novo...
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Sons
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
La première
Máxima abertura e pouca profundidade de campo. Assim pode ser caracterizada a minha primeira foto tirada em modo manual. A fotografia não tem nenhum interesse mas sim, já consigo tirar fotografias sem ser no modo automático da máquina fotográfica! Só por isso já valeu estar a frequentar o workshop de Serralves. Até sábado espero aprender ainda mais algumas técnicas e truques que me permitam ainda ter mais prazer no acto de fotografar. Conto com as vossas opiniões sobre os meus próximos resultados. ;)
P.S. - Estou feliz porque o anjo está bem e em princípio tudo não passou de um grande susto!
terça-feira, 11 de novembro de 2008
[ ]
Os anjos também são humanos e mortais. Também são feitos de carne e osso. Também têm vasos sanguíneos, células e sistema nervoso. E também têm coração. E esse coração também pode avariar.
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segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Carregador de baterias
Senhora do Monte, Lisboa - Novembro 2008
É muito cruel não podermos contemplar um pôr-do-sol quando nos apetece.
M-f, f-m
La leche, o leite. La miel, o mel. El puente, a ponte. La nariz, o nariz. El dolor, a dor. El árbol, a árvore. La sal, o sal.
Feminino, masculino. Masculino, feminino. Mais algumas constatações da subjectividade existente num conceito que muitos crêem como certo e imutável. Quem está certo? Quem está errado? Não é preciso tomar partidos, arranjar argumentos mirabolantes para justificar o injustificável. Parece-me claramente que todos estão certos e têm as suas razões.
E alguém que nasce com cromossomas XXY? Terá de escolher um dos lados? Terão de escolher por si à nascença? Que legitimidade têm para fazê-lo? É disto que fala o filme de estreia de Lucia Puenzo. Sem bizarrias, dramalhões ou outro tipo de demagogias, a realizadora conta a história de uma rapariga/rapaz (brilhantemente interpretada pela actriz Inés Efron) que vai descobrindo dolorosamente a sua sexualidade, marcada pelas angústias e dúvidas dos seus pais, de demasiadas certezas e das crueldades de uma pequena comunidade. Desconcertante e belo.
Feminino, masculino. Masculino, feminino. Mais algumas constatações da subjectividade existente num conceito que muitos crêem como certo e imutável. Quem está certo? Quem está errado? Não é preciso tomar partidos, arranjar argumentos mirabolantes para justificar o injustificável. Parece-me claramente que todos estão certos e têm as suas razões.
E alguém que nasce com cromossomas XXY? Terá de escolher um dos lados? Terão de escolher por si à nascença? Que legitimidade têm para fazê-lo? É disto que fala o filme de estreia de Lucia Puenzo. Sem bizarrias, dramalhões ou outro tipo de demagogias, a realizadora conta a história de uma rapariga/rapaz (brilhantemente interpretada pela actriz Inés Efron) que vai descobrindo dolorosamente a sua sexualidade, marcada pelas angústias e dúvidas dos seus pais, de demasiadas certezas e das crueldades de uma pequena comunidade. Desconcertante e belo.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Rei morto, rei posto
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Fotos,
Pensamentos,
Porto
A janela aberta e os sentidos apurados
Na minha opinião, sessenta por cento da magia de viajar de comboio na Linha do Douro está no facto de ainda sermos conduzidos em material circulante "não modernizado", ao jeito da linguagem usada pela CP. Viva as velhinhas automotoras a diesel Série 0600 da Sorefame! Viva a ausência de ar condicionados, de interiores de plástico e de vozes gravadas e sinais luminosos a indicar a chegada à próxima estação!
No dia em que não pudermos abrir as janelas do comboio, colocar a cabeça de fora e deixarmo-nos inebriar pelos sons dos carris, pelos cheiros dos óleos emanados, pelo vento que fustiga a nossa cara, pelos sustos nas passagens pelos túneis e pelo grande e sereno rio que de tão de perto nos apetece tocar, a viagem até ao Pocinho perderá grande parte do seu encanto.
Será que os senhores que tomam as decisões terão sensibilidade para isso? Não creio. Resta-nos usufruir o máximo que pudermos do facto do Douro estar longe de Lisboa e os dinheiros públicos circularem com mais dificuldade por entre as curvas e contracurvas dos socalcos que fazem essa paisagem, moldada pela mão humana.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Tarde cinzenta e jazzística
"The Last Beat", do Matthew Herbert
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Sons
Filosofias de uma prata de chocolate
Regresso da hora de almoço e espera-me um bombom "Serenata de Amor" em cima da minha secretária, deixado carinhosamente por uma colega de trabalho.
Abro-o de imediato com vontade de saborear o seu chocolate docinho e reflito na frase escrita na prata que o protege:
"Se você ama alguém, fale. Corações podem ser partidos por palavras que..."
A frase aparece cortada. Alguém a quem calhou o resto da prata poderá ler o resto dessa frase. Mas não é difícil de imaginar o que dirá.
Sim, essa foi uma lição que aprendi bastante bem nos últimos tempos e a qual tenho ansiosamente colocado em prática.
Abro-o de imediato com vontade de saborear o seu chocolate docinho e reflito na frase escrita na prata que o protege:
"Se você ama alguém, fale. Corações podem ser partidos por palavras que..."
A frase aparece cortada. Alguém a quem calhou o resto da prata poderá ler o resto dessa frase. Mas não é difícil de imaginar o que dirá.
Sim, essa foi uma lição que aprendi bastante bem nos últimos tempos e a qual tenho ansiosamente colocado em prática.
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Pensamentos,
Sabores
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Os três desafios (ponto de situação)
Passados mais de dois meses:
- o tomateiro está com míldio. Eu a pensar que fazia bem ao colocá-lo à chuva, mas pelos vistos foi a própria chuva que fez com que a doença se propagasse. Isto de se ser um pseudo-agricultor de varanda tem que se lhe diga! Mas parece que ainda há esperança que a planta sobreviva. Só que este ano já dão dará tomates.
- o cadeirão continua triste mas espero que sem mais caruncho. Falta-me "tapar os buraquinhos com uma massa especial, voltar a lixar, tirar o tecido do estofo, comprar um tecido novo, estofá-lo com a ajuda da Té e brindá-lo com o seu novo lar". Tenho de despachar esse restauro antes do ano acabar!
- não diversifiquei assim tanto a minha dieta alimentar mas já presenteei os meus amigos e familiares com alguns jantares bem diferentes e apetitosos :)
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Boletim meteorológico
"... descida acentuada da temperatura, com possibilidade de formação de geada..."
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
O presente eterno
Suponho que já vos aconteceu quererem cristalizar um determinado momento no tempo. A mim já. Não muitas vezes, mas já. E aconteceu em momentos de convívio com o meu grupo de amigos. Recordo com felicidade esses momentos de partilha, em que me sinto tão próximo e tão bem com os demais, que desejava que se prolongassem eternamente. Das palavras, dos olhares, das cumplicidades, dos abraços. Mesmo sabendo que, obviamente, nada é eterno.
O último filme de Ferzan Ozpetek, Saturno Contro, fala disso mesmo. Desses momentos que todos desejavam que fossem eternos. E do amor, dos afectos, da solidariedade, das tristezas, das alegrias, das desavenças, das partilhas e das perdas. Dos laços que unem essas pessoas que um dia escolheram estar juntas. De tudo aquilo que nos conforta e nos faz sentir vivos. E que nos faz esquecer, mesmo que por breves instantes, que no fundo fundo estamos todos sozinhos neste mundo.
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Cinema,
Pensamentos
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Cuidar das pilas e dos cus
Pois é, nós os rapazes temos uma pila e um cu e nem sempre sabemos cuidar deles e explorar tudo o que eles nos podem dar. A pensar em nós, nos nossos parceiros e parceiras, o projecto catalão Stop Sida criou dois guias que todas as pessoas, de todas as idades e orientações sexuais, deviam ler. Até mesmo para aqueles que acham que já sabem tudo. Sem papas na língua porque já estamos todos um pouco fartos disso.
"Esta guía va de culo" - para dominar os cus, descobrir os seus segredos e aprender a mantê-lo em forma.
"Esta guía es la polla" - para dominar as pilas, descobrir as suas delícias e aprender como mantê-las tesas.
Moltes gràcies O.!
"Esta guía va de culo" - para dominar os cus, descobrir os seus segredos e aprender a mantê-lo em forma.
"Esta guía es la polla" - para dominar as pilas, descobrir as suas delícias e aprender como mantê-las tesas.
Moltes gràcies O.!
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Literatura,
Queer
Ela anda por aí (parte 2)
Que a homofobia anda por aí já todos sabemos. E por isso mesmo a Ilga-Europe publicou um guia por forma a ajudar a monitorizar e reportar actos de violência homo e transfóbica às diferentes instituições nacionais e internacionais. Apesar de ter sido escrito sobretudo para as associações LGBT, não faz mal a ninguém lê-lo. Aqui têm.
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Cidadania,
Literatura,
Queer
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
A vida continua...
Nos jornais o terrorismo, as guerras e o aquecimento global foram substituídos pela crise financeira. A cada dia que passa temos menos três minutos de luz solar. As folhas das árvores estão avermelhadas. O Estado continua a hipotecar a felicidade de muitos casais que gostariam de dar o nó e cuidar de um rebento. As castanhas crepitam nos assadores. Estamos quase todos na casa dos trintas. A vindima nunca mais acaba. Não me canso de ouvir as músicas do filme Chansons d'Amour. Os serviços de apoio social cortam nas despesas para os dias difíceis que hão-de vir. O Olho no pé branco, Grande Reserva de 2007, ganha um prémio de "Boa compra" pela Revista de Vinhos. O pequeno feijão (ou será uma feijoca?) já está com quatro meses e meio.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Nevoeiro
Esta manhã, a caminho do trabalho. Banda sonora no Ipod: "Devotion", dos Beach House. E muitos beijos de bom dia. Chuack! Chuack! Chuack! Chuack! Perfect!
terça-feira, 14 de outubro de 2008
A ilusão das aparências
Sanfins do Douro, Alijó
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Pensamentos
Até ao lavar dos cestos...
Madrugar, vindimar, gerir, carregar os cestos com as uvas, transportá-las até à adega, descarregá-las, ter dores de costas, ter receio das chuvas e trovoadas, carregar a prensa com as uvas ou passá-las pelo esmagador, esperar, lavar, limpar, misturar pozinhos de perlimpimpim, transferir o vinho da prensa para as cubas e das cubas para as pipas, cheirar e provar o sumo acabado de espremer, analisar, descarregar a prensa, limpar, lavar, repetir, repetir, sentir-se cansado, pensar nas tarefas do dia seguinte, deitar-se de madrugada.
Desde o passado fim de semana que beber um copo de vinho ganhou um significado diferente para mim. Beber um copo de vinho também passou a ser tudo isto.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
A culpa
Bibi Andersson (à esquerda) e Liv Ullmann (à direita), em 'Persona' de Ingmar Bergman.*
* A não perder o filme e a peça levada à cena pel' As Boas Raparigas.
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Cinema,
Performances
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
A insanidade
Alida Valli, em 'Senso' de Luchino Visconti*
* Filme de estreia do Ciclo de Cinema Italiano, no Cine Estúdio do Campo Alegre.
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Cinema
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Os flamingos do Samouco
A pedido de várias famílias, cá fica o registo fotográfico de dois flamingos avistados no Samouco. Eles deram um ar da sua graça e aterraram bem perto do sítio onde estavamos. Vimos mais uns quantos exemplares e tenho registo fotográfico desses ajuntamentos, mas tenho uma reputação fotográfica a manter e esta é a única foto que posso partilhar convosco. :P
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
As salinas
Oito dias separaram a minha visita às salinas do Samouco e da Figueira da Foz. Deambulei por salgas e salgadeiras, provei o sal, contemplei a planura da paisagem, fotografei texturas, espreitei armazéns abandonados, observei flamigos e outras aves de porte elegante, senti o calor já tímido do outono, admirei a cor avermelhada da artémia e fiz ginástica às pernas.
Alcochete e as salinas do Samouco
Desta maneira satisfiz a minha curiosidade em explorar estes espaços e aprender um pouco mais sobre esta arte em vias de extinção. Soube mais tarde que não era suposto ter caminhado pelas salinas do Samouco. E fiquei satisfeito por constatar que noutras zonas do país esta prática ainda está de boa saúde e recomenda-se.
A rota do Sal, na Figueira da Foz
Fica para uma próxima oportunidade uma eventual visita às salinas de Aveiro e da ria Formosa.
Alcochete e as salinas do Samouco
Desta maneira satisfiz a minha curiosidade em explorar estes espaços e aprender um pouco mais sobre esta arte em vias de extinção. Soube mais tarde que não era suposto ter caminhado pelas salinas do Samouco. E fiquei satisfeito por constatar que noutras zonas do país esta prática ainda está de boa saúde e recomenda-se.
A rota do Sal, na Figueira da Foz
Fica para uma próxima oportunidade uma eventual visita às salinas de Aveiro e da ria Formosa.
sábado, 4 de outubro de 2008
Vertigo, Kim Novak e Bernard Herrmann
“Toda a gente que admira Vertigo gosta de Kim Novak nesse filme. Não se vê todos os dias uma estrela americana tão carnal na tela. Quando a voltamos a encontrar na rua, no papel de Judy (…), tem um efeito muito animal devido à maquilhagem e talvez também porque debaixo da sua camisola de malha não usa soutien.”
François Truffaut
(fonte: Público)
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Testemunhas
Les témoins é o último filme de André Téchiné. Apesar de já ter estreado por essa Europa fora há um ano e meio, ainda não tivemos o privilégio de poder vê-lo nas salas de cinema portuguesas. Mais um mistério por desvender no estranho mercado da distribuição de cinema em Portugal... Felizmente vivemos na dita "sociedade da informação" e há mesmo pouca coisa que não se encontre na rede.
Téchiné retrata de forma intensa os primórdios da propagação do HIV na França de há 25 anos atrás, sem o recurso a grandes melodramas ou falsos moralismos. O fantasma da doença desconhecida envolve os protagonistas, desconcertando-os, não lhes dando tempo de reagirem e de se adaptarem à nova realidade. O medo passa a estar presente na troca de afectos, condicionando irremediavelmente a forma como as pessoas se relacionarão a partir daí. Os conhecidos, amigos e amantes vão desaparecendo demasiado rápido. Todos conhecerão a dor da perda. Instala-se um clima de guerra e todos são testemunhas.
Téchiné continua jovem, de boa saúde e recomenda-se.
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Transretrato
O gigantismo do Museo del Prado força a sermos selectivos na sua visita sob pena de, passadas umas dezenas de quadros, nos tornarmos insensíveis à beleza e singularidade de cada um. Na minha recente visita centrei-me sobretudo nos Goyas, Velásquez e nos fantásticos Bosch, mas nenhum deles me surpreendeu tanto como este quadro de José de Ribera. A sua singularidade destaca-se no meio de tantas ascenções, paisagens e retratos de famílias reais.
Este é um daqueles quadros que merece uma leitura atenta da sua legenda. Não é bem o que parece ser. Não se trata de um homem mas sim de Magdalena Ventura amamentando o seu filho. Consta que aos 37 anos de idade surgiram-lhe, num curto espaço de tempo, barba e bigode. Teve sete filhos, três deles antes do surgimento de tão densa pilosidade. Em segundo plano surge o seu marido, Felix.
A tela foi encomendada por um duque napolitano, que desejava documentar o acontecimento e levá-lo ao rei Filipe III. José de Ribera podia ter recorrido à comicidade e ao ridículo. Pelo contrário, revelou solenidade ao retratar um caso certamente demasiado doloroso para estas duas pessoas. O seu sofrimento está bem gravado nos olhos escuros e profundos e nas suas expressões graves e silenciosas.
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Aniversários, salinas e cumplicidades
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sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Pêssegos autênticos
Alguém que nunca tenha colhido um pêssego de uma árvore livre do espartilho da economia de mercado e não o tenha saboreado, não imagina o que está a perder. A sua doçura, o seu sumo e o seu odor são indescritíveis. Caramba, que minutos de prazer! Infelizmente já são os últimos. Mas para o ano há mais!
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Toca a enviar!
Campanha da Ilga-Portugal
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Endereços de email dos grupos parlamentares:
blocoar@ar.parlamento.pt, gp_pcp@pcp.parlamento.pt, gp_pev@ar.parlamento.pt, gp_pp@pp.parlamento.pt, gp_ps@ps.parlamento.pt, gp_psd@psd.parlamento.pt
Assunto: No dia 10 de Outubro, SIM à liberdade e à igualdade.
No próximo dia 10 de Outubro, a Assembleia da República será chamada a votar projectos que estabelecem finalmente a igualdade no acesso ao casamento.
Esta é uma questão de direitos fundamentais, é uma questão de cidadania, é uma questão que determina a qualidade da nossa democracia. Trata-se de acabar com a humilhação de muitas mulheres e muitos homens que são ainda discriminadas/os na própria lei por causa da sua orientação sexual. Trata-se de afirmar finalmente que gays e lésbicas não são cidadãos e cidadãs de segunda.
A Assembleia da República terá finalmente a oportunidade de afirmar o seu empenho nesta luta pela igualdade e pela liberdade – e a oportunidade de contribuir de forma particularmente simples para a felicidade de muitas pessoas.
O fim da exclusão de gays e lésbicas no acesso ao casamento consegue-se com uma pequena alteração no texto de uma lei, que não implica custos nem afecta a liberdade de outras pessoas. Porém, será um enorme passo no sentido da igualdade e contra a discriminação. E como demonstraram as discussões sobre o voto para as mulheres ou sobre o fim do apartheid racista na África do Sul, o preconceito que existe na sociedade não pode nunca justificar a negação de direitos fundamentais. Pelo contrário, votar contra a igualdade é legitimar e encorajar a discriminação.
Esta votação representa por isso uma enorme responsabilidade, pelas implicações que terá no reforço ou na recusa do preconceito.
Porque recuso a discriminação na lei portuguesa e porque esta é a oportunidade de repor a justiça e cumprir o princípio constitucional da igualdade, seguirei com atenção esta votação - e apelo ao voto favorável de todos os membros deste Grupo Parlamentar e à defesa intransigente da igualdade no próximo dia 10 de Outubro.
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Endereços de email dos grupos parlamentares:
blocoar@ar.parlamento.pt, gp_pcp@pcp.parlamento.pt, gp_pev@ar.parlamento.pt, gp_pp@pp.parlamento.pt, gp_ps@ps.parlamento.pt, gp_psd@psd.parlamento.pt
Assunto: No dia 10 de Outubro, SIM à liberdade e à igualdade.
No próximo dia 10 de Outubro, a Assembleia da República será chamada a votar projectos que estabelecem finalmente a igualdade no acesso ao casamento.
Esta é uma questão de direitos fundamentais, é uma questão de cidadania, é uma questão que determina a qualidade da nossa democracia. Trata-se de acabar com a humilhação de muitas mulheres e muitos homens que são ainda discriminadas/os na própria lei por causa da sua orientação sexual. Trata-se de afirmar finalmente que gays e lésbicas não são cidadãos e cidadãs de segunda.
A Assembleia da República terá finalmente a oportunidade de afirmar o seu empenho nesta luta pela igualdade e pela liberdade – e a oportunidade de contribuir de forma particularmente simples para a felicidade de muitas pessoas.
O fim da exclusão de gays e lésbicas no acesso ao casamento consegue-se com uma pequena alteração no texto de uma lei, que não implica custos nem afecta a liberdade de outras pessoas. Porém, será um enorme passo no sentido da igualdade e contra a discriminação. E como demonstraram as discussões sobre o voto para as mulheres ou sobre o fim do apartheid racista na África do Sul, o preconceito que existe na sociedade não pode nunca justificar a negação de direitos fundamentais. Pelo contrário, votar contra a igualdade é legitimar e encorajar a discriminação.
Esta votação representa por isso uma enorme responsabilidade, pelas implicações que terá no reforço ou na recusa do preconceito.
Porque recuso a discriminação na lei portuguesa e porque esta é a oportunidade de repor a justiça e cumprir o princípio constitucional da igualdade, seguirei com atenção esta votação - e apelo ao voto favorável de todos os membros deste Grupo Parlamentar e à defesa intransigente da igualdade no próximo dia 10 de Outubro.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Outono
E lá chegámos ao Outono. Ao Outono das noites longas, dos céus cinzentos, das folhas coloridas, dos casacos molhados, do cheiro das castanhas assadas, das lareiras acesas, da doçura dos dióspiros, dos narizes húmidos, dos dedos dos pés frios, das caminhadas pelos montes, das mudanças no roupeiro, das idas mais frequentes ao cinema, dos edredons fofinhos e das recordações dos dias de sol quente.
Temas:
Fotos,
Pensamentos
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Konrad & Paul
Konrad é um quarentão pacato, professor de piano, gosta de cuidar das suas plantas, de ler, é apaixonado pela cozinha, gosta de saborear bons vinhos californianos, de ver filmes do Fellini, de visitar exposições, de planear viagens, de aprender novos idiomas e comove-se com o terceiro movimento da quarta sinfonia de Mahler. De vez em quando lá se apaixona por um dos seus alunos.
Paul escreve romances históricos, sem grande sucesso. Preocupa-se sobretudo com o seu relógio biológico. Já passou dos 35 anos e só pensa na chegada dos fatídicos quarentas. Recebe vários sms por dia de tipos que vai conhecendo na net convidando-o para múltiplas actividades sexuais. E gosta muito de "ajudar" os rapazes mais novos a sairem do armário. Poucos mais interesses tem na vida para além de frequentar a noite leather da cidade de Colónia. O sexo é a única coisa que o faz vibrar e que lhe dá sentido à vida. Ah, e também gosta da quarta sinfonia de Mahler, pois foi ao som dessa sinfonia que praticou um fist-fucking memorável.
Quem diria que dois rapazes tão diferentes fossem capazes de estarem juntos há 15 anos! A relação deles já é mais platónica do que sexual mas amam-se o suficiente ao ponto de quererem continuar juntos e até colocarem-se a hipótese de darem o nó, com festa a preceito e com tudo o que manda as regras da etiqueta.
Ralf König conta-nos as histórias desta relação feita de opostos, os seus altos e baixos, desencantos e contradicções de forma corrosiva, ternurenta e muito irónica, numa série de livros que se podem encontrar facilmente em qualquer livraria por essa Europa fora (Espanha inclusivé). Isto porque ainda não há tradução para português. O que estão à espera?!
Temas:
Literatura,
Queer
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
"Olha a lua..."
Alguém lá longe contempla o nascer da lua por entre os montes e pensa em mim. Eu olho para a lua que nasce por detrás do prédio em frente e sinto-me feliz!
Temas:
Fotos,
Pensamentos
"Aime-moi moins, mais aime-moi longtemps"
Não é o tédio que corrói as relações afectivas mas sim a inquietação e a insatisfação. Esse bichinho que nos leva a procurar constantemente novas sensações, emoções e experiências quilómetro zero, fazendo-nos menosprezar muitas vezes o que nos rodeia.
O amor é feito de serenidade e poucas pressas, de termos tempo para olharmos para quem está do nosso lado e captarmos os tais sinais que passam despercebidos aos demais.
O amor é feito de serenidade e poucas pressas, de termos tempo para olharmos para quem está do nosso lado e captarmos os tais sinais que passam despercebidos aos demais.
Temas:
Pensamentos
Em direcção ao Inverno
"Sügisball" ou "Baile de Outono" é feito de subúrbios, de prédios, de vias-rápidas, de silêncios, de angústias, de bares decadentes, de solidões, de tristezas, de árvores despidas, de lágrimas, de céus cinzentos, de ansiedades, do vento gélido do báltico, de crueldades, de postes de alta tensão, de infelicidades, de fábricas e de parques infantis. Tallinn é a cidade.
Este filme não poderia ter sido feito em latitudes mais quentes. Esta foi a minha estreia com cinema estónio e não fiquei desapontado. Venham mais.
Pressentindo que este foi o meu último dia de praia, este filme faz-me pensar nos dias frios e melancólicos que se avizinham.
Temas:
Cinema
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Ela anda por aí!
"Maricón de mierda" e "paneleiro" foram dois agradáveis insultos que recebi no espaço de pouco mais de 48 horas.
Fez-me recordar que a homofobia está aí bem presente, seja na cidade supostamente mais gay-friendly do mundo, seja no supermercado perto de casa. Isto de vivermos no nosso mundinho protegido, faz-nos esquecer que estas manifestações não são assim tão raras e justificam o facto de tantas pessoas ainda não terem tido tomates para viverem os seus afectos livremente.
É claro que senti-me bastante incomodado, mesmo sabendo que essas palavras foram proferidas por indivíduos que, muito provavelmente, estavam sob efeitos de uns copitos a mais. Mas pela primeira vez na vida ponderei que umas lições de defesa pessoal não seriam demais.
Aviso desde já que estou sensível. Para compensar agradecem-se mimos e as palavras bonitas são sempre bem vindas! ;)
Fez-me recordar que a homofobia está aí bem presente, seja na cidade supostamente mais gay-friendly do mundo, seja no supermercado perto de casa. Isto de vivermos no nosso mundinho protegido, faz-nos esquecer que estas manifestações não são assim tão raras e justificam o facto de tantas pessoas ainda não terem tido tomates para viverem os seus afectos livremente.
É claro que senti-me bastante incomodado, mesmo sabendo que essas palavras foram proferidas por indivíduos que, muito provavelmente, estavam sob efeitos de uns copitos a mais. Mas pela primeira vez na vida ponderei que umas lições de defesa pessoal não seriam demais.
Aviso desde já que estou sensível. Para compensar agradecem-se mimos e as palavras bonitas são sempre bem vindas! ;)
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Pensamentos,
Queer
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
Mad about Madrid
T2 Barajas, Metro, Malasaña, Flat5Madrid, tapas, Plaza Mayor, Huertas, Reina Sofia, Leonardo Cantero, Guernica, las terrazas, pôr-do-sol, ternura, Chueca, Restaurante Momo, sabores, Café Acuarela, La Latina, El Rastro, multidão, colorido, piercing, Lavapiés, Chicken Korma, CaixaForum Madrid, Charlie Chaplin, o jardim vertical de Patrick Blanc, Real Jardín Botanico de Madrid, siesta, as cinco senhoras "mayores", Museo Nacional del Prado, Bosch, Velázquez, Goya, Las Meninas, O Jardim das delícias, exposição "El retrato del Renascimiento", Parque del Retiro, Magnuns, sorrisos, Palácio de Cristal, Chueca, Wagaboo, compras, Livraria Berkana, Ralf König, loção corporal de chocolate, Mercado de Fuencarral, os anéis, Vinoteca, Km 0, sabonete chocomint, Palácio Real, Parque de la Montaña, Plaza de España, Gran Vía, Restaurante Al-Jaima, um Cosmopolitan, despedida, sono, Metro, T2 Barajas.
E uma música que não me saiu da cabeça, depois de ter visto a frase "Puro teatro" estampada numa t-shirt:
E uma música que não me saiu da cabeça, depois de ter visto a frase "Puro teatro" estampada numa t-shirt:
terça-feira, 9 de setembro de 2008
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Um cuscus com carinho
Um odor e sabor muito intensos fazem-nos sentir inebriados a cada garfada que levamos à boca. Um prato absolutamente divinal que nos faz viajar até paragens mais coloridas, quentes e solarengas. Tudo isto acompanhado pela estreia mundial de uma garrafa bem fresquinha de vinho rosé Olho no Pé. E de muito carinho... muito carinho...
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Sabores
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Bora lá!
Façamos (Vamos Amar), Elza Soares e Chico Buarque
Os cidadãos no Japão fazem / Lá na China um bilhão fazem
Façamos vamos amar
Os espanhóis, os lapões fazem / Lituanos e letões fazem
Façamos vamos amar
Os alemães em Berlim fazem / E também lá em bom / Em Bombaim fazem
Os hindus acham bom / Nisseis, níqueis e sansseis fazem
Lá em São Francisco muitos gays fazem
Façamos vamos amar
Os rouxinóis, os saraus fazem / Picantes pica-paus fazem
Façamos vamos amar
Os uirapurus no Pará fazem / Tico-ticos no fubá fazem
Façamos vamos amar
Chinfrins, galinhas afim fazem / E jamais dizem não
Corujas sim fazem, sábias como elas são
Muitos perus todos nus fazem / Gaviões, pavões e urubus fazem
Façamos vamos amar
Dourados, mão, Solimões fazem / Camarões em Camarões fazem
Façamos vamos amar
Piranhas só por fazer fazem / Namorados por prazer fazem
Façamos vamos amar
Peixes eléctricos bem fazem / Entre beijos e choques
Garçons também fazem / Sem falar nos adoques
Salmões no sal em geral fazem / Bacalhaus no mar em Portugal fazem
Façamos vamos amar
Libélulas em bambus fazem / Centopéias sem tabus fazem
Façamos vamos amar
Os louva-deuses com fé fazem / Dizem que bichos de pé fazem
Façamos vamos amar
As taturanas também fazem / Um ardor em comum
Grilos meu bem fazem / E sem grilo nenhum
Com seus ferrões os zangões fazem / Pulgas em calcinhas e calções fazem
Façamos vamos amar
Tamanduás e tatus fazem / Corajosos cangurus fazem
Façamos vamos amar
(Lá vem com a mãe) Coelho e só e tão só fazem
Macaquinhos no cipó fazem
Façamos vamos amar
Gatinhas com seus gatões fazem / Tantos gritos de ais
Os garanhões fazem / Estes fazem demais
Leões ao léu, são do céu, fazem
Ursos lambuzando-se no mel fazem
Façamos vamos amar
Os cidadãos no Japão fazem / Lá na China um bilhão fazem
Façamos vamos amar
Os espanhóis, os lapões fazem / Lituanos e letões fazem
Façamos vamos amar
Os alemães em Berlim fazem / E também lá em bom / Em Bombaim fazem
Os hindus acham bom / Nisseis, níqueis e sansseis fazem
Lá em São Francisco muitos gays fazem
Façamos vamos amar
Os rouxinóis, os saraus fazem / Picantes pica-paus fazem
Façamos vamos amar
Os uirapurus no Pará fazem / Tico-ticos no fubá fazem
Façamos vamos amar
Chinfrins, galinhas afim fazem / E jamais dizem não
Corujas sim fazem, sábias como elas são
Muitos perus todos nus fazem / Gaviões, pavões e urubus fazem
Façamos vamos amar
Dourados, mão, Solimões fazem / Camarões em Camarões fazem
Façamos vamos amar
Piranhas só por fazer fazem / Namorados por prazer fazem
Façamos vamos amar
Peixes eléctricos bem fazem / Entre beijos e choques
Garçons também fazem / Sem falar nos adoques
Salmões no sal em geral fazem / Bacalhaus no mar em Portugal fazem
Façamos vamos amar
Libélulas em bambus fazem / Centopéias sem tabus fazem
Façamos vamos amar
Os louva-deuses com fé fazem / Dizem que bichos de pé fazem
Façamos vamos amar
As taturanas também fazem / Um ardor em comum
Grilos meu bem fazem / E sem grilo nenhum
Com seus ferrões os zangões fazem / Pulgas em calcinhas e calções fazem
Façamos vamos amar
Tamanduás e tatus fazem / Corajosos cangurus fazem
Façamos vamos amar
(Lá vem com a mãe) Coelho e só e tão só fazem
Macaquinhos no cipó fazem
Façamos vamos amar
Gatinhas com seus gatões fazem / Tantos gritos de ais
Os garanhões fazem / Estes fazem demais
Leões ao léu, são do céu, fazem
Ursos lambuzando-se no mel fazem
Façamos vamos amar
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Sons
Não se vão embora!
Alguém que peça às andorinhas para não se irem embora mais cedo e não se assustarem com o tempo? Obrigado! Os meus conhecimentos de ornitologia são escassos e ainda não sei comunicar com elas.
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domingo, 31 de agosto de 2008
Lar doce lar
Voilà! Não, ainda não estou viciado em bricolage mas a verdade é que deu um grande gozo recuperar mais* um móvel cá para casa. E em tempo recorde! Uma tarde foi o tempo suficiente para transformar uma mesinha de cabeceira démodé, num móvel muito fashion para o hall de entrada.
O céu cinzento e as gotas de chuva ajudaram neste desafio. Mas a recente descoberta da importância e necessidade de ter um espaço meu para cuidar, em que me sinta sereno e de bem comigo, teve um papel decisivo.
* Prometo fotos quando o restauro do cadeirão estiver concluído!
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quinta-feira, 28 de agosto de 2008
terça-feira, 26 de agosto de 2008
Por um mundo melhor
Duas gavetas de um velho armário guardavam carinhosamente recortes de jornais, actas de reuniões, anotações, folhetos, cartas e revistas, testemunhos das convicções, sonhos, alegrias, desejos, concretizações, desânimos e desilusões de um grupo de jovens que, na aurora do novo século, acreditavam que podiam mudar um pouquinho o seu mundo.
Passados estes anos, já passou a fazer parte da história do movimento gay, lésbico, bissexual e transgender da cidade do Porto. Opus Gay Norte, Nós - Movimento pela Liberdade Sexual, Semana do Orgulho LGBT e Pluma 28 são alguns desses projectos entretanto desaparecidos.
Cresci muito com a minha intervenção nesses projectos, ganhei consciência política e acredito que uma parte significativa do que sou hoje se deve e muito a essa participação.
Necessidades de racionalização de espaço e vontade de arrumar o passado levaram-me a guardar apenas aquilo que me pareceu o mais importante, não controlando as emoções que me saltaram e humedeceram os olhos a cada folha passada pelas minhas mãos.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Agosto profundo
O sol, os emigrantes, as festas, os incêndios, os namoricos, os bailes, os banhos de rio, as promessas, os almoços e jantaradas, os santos, as saudades, as partidas. De tudo isto e muito mais é feito o mês de Agosto por esse Portugal a fora. Algumas dessas realidades foram filmadas por Miguel Gomes, no seu "Aquele Querido Mês de Agosto", um mix de documentário e ficção que prometia muito mais. Mas na falta de filmes melhores no cinema, vale a pena espreitá-lo e deliciarmo-nos a escutar a sua banda sonora, repleta de músicas melodramáticas como é exemplo a magnífica preciosidade que se segue. Preparem-se para um novo mundo que se abre de par em par para nós:
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Persépolis, o livro
Depois de ter ficado enfeitiçado pelo filme, nada como deliciar-me a sorver as suas páginas. Esta é, sem dúvida, a banda desenhada mais marcante que li até hoje. Ao que parece não há versão traduzida para português por isso lê-se em castelhano e está muito bem. Em apenas um volume de 360 páginas, a Norma Editorial juntou os quatro livros publicados originalmente. Para ler de uma assentada só e ficar com vontade de descobrir os outros livros da Marjane Satrapi.
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Literatura
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
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